A vinícola Quinta da Neve produz a partir de castas variadas em terroir exclusivo, de qualidade reconhecida em todo o país
A região da Lomba Seca, na serra catarinense, é amplamente reconhecida por reservar o lugar ideal para o cultivo de videiras que resultam na produção de vinhos finos de altitude. Desde 1999, a vinícola Quinta da Neve produz vinhos intensos, a partir de uvas selecionadas e vinhedos localizados em São Joaquim (SC), entre 900 e 1.400 metros acima do nível do mar, o que garante alto padrão de produção. “A amplitude térmica local faz com que a uva amadureça lentamente, carregando o fruto com compostos aromáticos”, destaca a agrônoma e enóloga Betina de Bem.
A ideia de vinhos diferenciados, com um terroir distinto e exclusivo, foi desenvolvida, segundo Betina, a partir de experimentos de pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), quando surgiram os vinhos de altitude, com a boa adaptabilidade para a cultura da videira ao clima das regiões pesquisadas. “Em paralelo à pesquisa feita, adequamos a qualidade da vinha.
Hoje conseguimos cultivar castas mais variadas, com maior sanidade e colhemos frutos até a safra tardia”, comemora a enóloga. A vinícola produz, atualmente, 40 mil garrafas ao ano, a partir de aproximadamente 12 variedades, como Cabernet Sauvignon e Pinor Noir, garantindo a qualidade dos seus vinhos, que figuram entre os mais premiados.
O repouso natural em climas temperados origina produção de qualidade, porém, associado a bons fatores climáticos oferece à videira ciclo vital de, pelo menos, 30 anos. E como toda a videira precisa de um período de dormência para armazenar energia para a produção de frutos de qualidade, a Quinta precisou descansar por um período, para ressurgir com produtos excelentes, com qualidade superior.
Além da interação entre fatores edafoclimáticos (solo e clima específicos), a qualidade da uva e, por consequência, do vinho, está também relacionada às práticas de cultivo, com a variabilidade de processos agronômicos e as interações no ecossistema vitícola. “Um dos principais desafios, quando iniciei os trabalhos na Quinta da Neve foi recuperar o vinhedo: foi feita a reestruturação e adequação do solo, adubação e manejo em cerca de 15 hectares”, relata Betina. Conforme ela mesma destaca, aprimorou-se a manutenção do vinhedo, com o replantio de 12 mil mudas, adaptando o parreiral já existente. “Adequando o vinhedo e implementando tecnologias inovadoras, conseguimos ampliar a colheita e aprimorar a qualidade dos vinhos, além de reservar maior espaço de plantio para as variedades que melhor se adaptaram”, pontua.
Atualmente, a vinícola produz a partir de dezenas de variedades, algumas delas com pouca produção nacional, como é o caso da Alvarinho, bastante difundida em vinhedos portugueses. Excelentes vinhos também são produzidos a partir da variedade Touriga Nacional, além das francesas tradicionalmente conhecidas, como Cabernet Sauvignon, Merlot e Malbec e as castas italianas Montepulciano e Sangiovese. Todas essas variedades são autorizadas pela Indicação Geográfica Vinhos de Altitude de Santa Catarina, recentemente conquistada pelo setor produtivo local.
Saiba mais
A Quinta da Neve foi a primeira vinícola a instalar seus vinhedos na região denominada Lomba Seca, em São Joaquim (SC), para dedicar-se à elaboração de uvas e vinhos de qualidade. Recentemente adquirida por cinco sócios, a empresa está inserida em local privilegiado, que reúne características climáticas que garantem a qualidade das uvas cultivadas. Um local de baixo índice pluviométrico, alta incidência solar e solo propício ao cultivo de cepas especiais. Esse conjunto forma o terroir Quinta da Neve, onde se produzem vinhos elogiados e premiados em importantes concursos nacionais, internacionais e reconhecidos pelos mais respeitados críticos de vinhos.